Um dos mais reconhecidos pintores brasileiros e considerado um dos mentores da chamada ‘Geração 80”, Luiz Aquila apresenta produção inédita de trabalhos na exposição “Luiz Aquila III Milênio - criação em aberto”.
Inaugurando no dia 31 de agosto, sábado, às 14h, no Museu Nacional de Belas Artes/Ibram, a mostra “Luiz Aquila III Milênio - criação em aberto” reúne 30 pinturas, que contam com a liberdade criativa do artista para articular cores e contrastes, através de planos e pinceladas presentes e expressivas com dimensões que vão de 70x90cm até 210x140cm.
O poema “A lição de pintura”, de João Cabral de Melo Neto, traduz a essência desta exposição, que acontece na Sala Bernardelli do MNBA, exibindo obras inéditas realizadas entre 2009 e 2019: “Quadro nenhum está acabado/ disse certo pintor;/ se pode sem fim continuá-lo,/ primeiro, ao além do quadro/ que, feito a partir de tal forma,/ tem na tela, oculta, uma porta/ que dá a um corredor/ que leva a outra e a muitas outras”.
Abordando a obra de Luiz Aquila, o crítico e historiador Frederico Morais elucida, em parte, a escolha do nome da mostra: “Aquila procura manter seu processo de criação em aberto, sujeito a alterações, o quadro fluente, em andamento. O quadro vai nascendo ali, no corpo-a-corpo com a matéria com que constrói sua pintura, num diálogo ativo e inteligente".
Dentro da exposição, uma das paredes foi reservada para a exibição do filme-documentário “Aquila, Luiz”, dirigido por Luiz Carlos Lacerda, que afirma: “O que mais me chamou atenção durante as filmagens foi o extremo compromisso com a liberdade de criação. É uma relação impulsiva, ele entra num transe e fica obnubilado pela expressão” .
Intercalando com a exposição, até o dia 1º de dezembro haverá uma programação variada de atividades, com visitas comentadas pelo artista e palestras com alguns convidados especiais.
Certa vez, o curador Lauro Cavalcanti afirmou que a produção de Aquila seria uma pintura “em permanente construção”. Um dos destaques da mostra, a série de quatro telas ‘Mergulhos no Azul’ confirma esta fala, onde a cor é usada como assunto e a partir dela ocorrem improvisos cromáticos.
Impactante, a composição de sete telas originadas da pintura-instalação do MAM-SP, em 2013, está sendo exibida no Rio pela primeira vez. As pinturas dinâmicas e gráficas medem 210x140cm cada uma, e ganham uma dimensão monumental capaz de transportar o espectador para dentro da atmosfera do artista, que aqui utilizou técnica mista de acrílica e eventual uso de colagens.
- A pintura e o nome azul, 2009, de Luiz Áquila
Biografia do artista
Carioca, nascido em 27 de fevereiro de 1943, Luiz Aquila produz pintura, desenho e gravura. Também foi professor e diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde exerceu grande influência sobre a Nova Pintura Brasileira, Geração 80. Iniciou-se nas artes através de seu pai, o artista plástico e arquiteto Alcides da Rocha Miranda.
Foi aluno de mestres como Aluísio Carvão, em pintura, no MAM-RJ, e de xilogravura de Oswaldo Goeldi na Escola Nacional de Belas Artes. Frequentou cursos livres na Universidade de Brasília (UnB), foi bolsista do Governo Francês em Paris, do British Council em Londres, e da Fundação Gubekian em Lisboa e Évora.
Ao longo da carreira, Aquila participou de mais de 200 exposições (individuais e coletivas) no Brasil e no exterior, e foi chamado pelo crítico Frederico Morais de “herói de sua própria pintura”. Participou da 17ª, 18ª e 20ª Bienal Internacional de São Paulo em 1983, 1985 e 1989, respectivamente e também da Bienal de Veneza. Em 1988, transferiu-se para Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Em 1992, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) e, em 1993, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) realizaram mostras retrospectivas de seu trabalho. Em 2003, exposição individual no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói). Em 2013, com uma retrospectiva na Paço Imperial, o artista comemorou cinco décadas de alentada trajetória.
Serviço:
Exposição “LUIZ AQUILA III MILÊNIO - criação em aberto”
Abertura: dia 31 de agosto, sábado, das 14h às 18h.
Período: de 1º de setembro a 1º de dezembro de 2019
Local: Museu Nacional de Belas Artes – Avenida Rio Branco, 199 - Cinelândia
Visitação: de terça a sexta, das 10h às 18h, sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h
Ingressos: R$ 8,00 inteira, R$ 4,00 meia e ingresso família (para até 4 membros de uma mesma família) a R$ 8,00. Grátis aos domingos.
Tel: (21) 3299-0600
Venda de ingressos e entrada de visitantes até 30 minutos antes do fechamento do museu. Entrada gratuita aos domingos.
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